Até o sol que vinha se escondendo nos últimos dias surgiu para prestigiar os alunos do Colégio do Carmo no último sábado, 09 de maio, dia da apresentação do projeto “Na Concha com Vinicius”.
Familiares, amigos e professores compareceram à Concha Acústica Vicente de Carvalho, localizada na orla da praia de Santos com a Avenida Washington Luís para assistirem ao projeto organizado pela professora Sandra Santana.
Durante aproximadamente uma hora, os estudantes do 2º ano B representaram os 16 textos que compõem a obra ‘A arca de Noé’, de Vinicius de Moraes, de maneira poética e musical. Para completar o evento, alunos do oitavo ano do Colégio do Carmo participaram declamando poemas também do autor.
Fechando o evento, a aluna Maysa Oliveira de Assis (8º ano B), declamou o poema ‘A mãe que eu quero ser’, de sua autoria.
Confira a seguir o texto na íntegra.
A mãe que eu quero ser
Maysa Oliveira de Assis
Ai, meu Deus! Estou engordando
Vômitos e enjoos se multiplicando
Ah..será? É isso mesmo,
não, não pode ser…
E aí, uns quilinhos aqui, outros ali…
Barriguinha ficando redonda
que nem um caqui!
Nasce um amor inexplicável
Por alguém que nunca foi visto por ninguém
Que nunca falou uma palavra
Dizendo que te ama
E mesmo assim você ama, ama, ama
Ama tanto que não cabe
tamanho amor em você
Esse ser vem para os seus braços
E você chora, ah como chora!
Chora de felicidade
E aqueles pequenos olhos te olham
Como se nada mais quisessem
Como se quisessem ficar
em seus braços
para todo o sempre, infinitamente
E se torna bebê chiclete
Que te acompanha no banheiro,
na cozinha… e aprontam…
Ah, como aprontam!
Quase destroem a casa ,
choram e cantam
E eles crescem e ficam cada dia
Mais parecidos com você
E você se pergunta: mas por quê?
Vou te dizer o porquê:
Como não amar alguém
que te ama infinitamente?
Que faz de tudo para te deixar contente?
Que tira do dela pra dar para ele?
Trabalha ,cuida e ensina?
São tantas coisas, né, mãe?
Como não te admirar?
Como não admirar alguém
Que sempre foi guerreira
Que se tornou sua parceira
E é a sua conselheira?
São tantas coisas né mãe?
Como poderei um dia te deixar ir
Cair em um sono profundo
E saber que não te verei mais…
Mas de uma coisa eu sei,
o que me ensinou,
No que você me tornou
Permanecerá para sempre em meu coração
E, quando a sua hora chegar,
mesmo muito triste
eu fecharei seus olhos e direi:
Durma, mãezinha, descanse,
como fazia ao entardecer.
Você cumpriu sua missão
Pois hoje sei a mãe
que um dia quero ser.